Estava aqui pensando sobre o preconceito racial. O quanto historicamente o negro é marcado por um processo pesado e de violência. Pensando no racismo velado que vivemos até hoje, dia após dia. E pensando também, o quão sem cabimento é presenciar tudo isso até hoje.
Leiga que sou, ainda não entendo o "Como" tudo começou. Mas pensando a respeito, me parece até despeito. Despeito da nossa cor, que por si só já traz um brilho natural, nos protege mais do sol, pela quantidade de melanina. Parece despeito com a textura do nosso cabelo crespo, que muitos crescem pra cima, formando uma coroa e impondo respeito naturalmente. Parece despeito com a nossa criatividade de reaproveitar os restos de comida e fazer deles os melhores quitutes hoje já experimentados internacionalmente, gringos que vem de longe provar do nosso Acarajé, vatapá, caruru, dentre outros. E parece despeito também com a nossa maneira de enfrentar as dificuldades, os tempos ruins e difíceis. Transformando tudo isso em dança, gingado, capoeira e arte.
Não, tudo isso não justifica. Mas foi o que me veio em mente por alguns minutos. Somos tão ricos em cultura, estrutura física, cor de pele, textura de cabelo. Ricos que somos, e apesar de tanta dificuldade para nos impormos, é relativamente natural que tentem por todos os meios uma busca eterna em nos diminuir.
Tentam isso a todo instante chamando-nos de "mulatas", "escurinhos", "cabelo duro", "cabelo de bombril". Tentam isso nos falando que "cabelo liso, mostra classe", "Ela é uma negra bonita", "Preto quando não caga na entrada, se encarrega na saída".
Mas quer saber? Se não fossemos nós, nosso sangue, nossa raça, nossa persistência. Muitos paradigmas não seriam quebrados até hoje.
E aos Pretos/Negros/ Afro descendentes que se encarregam ainda que sem saber, de propagar o racismo da própria cor, eu só lamento.
Não sou morena, eu sou neguinha!
Fico por aqui!
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