Bom,
quem me conhece atualmente sabe qual a minha posição sobre instituições religiosas,
mais especificamente as evangélicas. Nasci, cresci e passei parte da vida
dentro de uma, vi algumas coisas que não gostaria, assim como vivi também. Mas
tudo tem seu lado positivo, tudo traz um ganho e aprendizado. Nesse caso não
seria diferente.
Dentro da igreja eu aprendi a perder a timidez para apresentações públicas por
exemplo. Desde muito pequena, participava de apresentações, peças de teatro,
dança, leitura da bíblia em voz alta, ministração da palavra, dirigir cultos,
coral e por aí vai. O que facilitou durante meu processo escolar, até a
faculdade na hora de apresentar trabalhos em grupo e/ou individuais. O
nervosismo existe, mas facilita muito saber o caminho.
Aprendi também a interpretar texto. Lembro que inicialmente não conseguia
sequer entender um parágrafo da bíblia, mas quem tem a sensibilidade para
interpretar textos bíblicos já está em um bom caminho para interpretar qualquer
outro livro. E foi assim também que criei paixão pela leitura. E futuramente
veio me ajudar com os textos mirabolantes passados durante o período de
faculdade.
Aprendi a conviver em grupo, lembro-me que participava de acampamentos (Retiro
Espiritual), e aos finais de semana passava em tempo integral na Igreja. O que
fez com que eu me adaptasse muito cedo com convivência em grupos grandes, com
diversidade e pessoas de todos os tipos. E assim também aprendi a dividir as
coisas, sei que esse princípio é geralmente empregado na educação doméstica (para
quem tem), mas com a igreja aprendi a dividir, a ser solícita e solidária e por
incrível que pareça, até onde me recordo, sem muita imposição de culpa ou
pecado.
Com a igreja eu aprendi também a ter responsabilidades, pois havia horários
para cultos, compromissos para os finais de semana, como chegar no horário no
culto de jovens ou na escola infantil, leituras de texto e apresentações dos
mesmos. Ah! E aprendi também a organizar pequenos eventos, como peças teatrais,
apresentações, festa de Páscoa, Tabernáculos, ceia. O que explorava muito o meu
lado criativo, gerando estímulo para que eu prosseguisse criando coisas.
Aprendi a transcrever gravação de áudio. Pode parecer meio surreal hoje em dia,
mas na época era fita cassete e as ministrações para não serem perdidas, eram
transcritas (a mão) e guardadas. Dava um trabalho, mas era um tanto
terapêutico.
Dentro da igreja eu aprendi o que eu queria e deveria ser como ser humano, mas foi lá dentro que eu aprendi o que eu nunca seria.
Lá dentro descobri dons e habilidades únicas. Aprendi a não me habituar muito
com as modinhas em massas, com as festas sociais capitalistas e a impor minhas
ideias e personalidade quando era necessário.
Viram só quantas habilidades eu desenvolvi lá dentro?! E assim sigo minha vida,
buscando ver o lado bom e positivo de tudo que eu experimento.
Ah e foi dentro da igreja que eu aprendi a beijar também, mas isso aí já fica
para um próximo post.
Fico por aqui.
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