domingo, 25 de maio de 2014

NÃO ESTOU ABERTA PARA NOVAS CHEGADAS.

Quer saber? NÃO ESTOU ABERTA PARA NOVAS CHEGADAS. Não agora.
Estou contente com a quantidade de amigos que tenho e se for falar de amor, comigo nunca prestou. Então não quero.
Estou fechada mesmo e bastante intransigente com minha decisão. Estou sem paciência para papos iniciais. Sem paciência para conhecer, perguntar, responder, ouvir balelas, ouvir histórias para me impressionar. Estou sem paciência para boas poses e atitudes, só para conquistar. Estou sem paciência para joguinhos, para sorrir forçado, para dividir minha história, para dividir coisas, para doar e receber. Estou sem paciência para me identificar com as pessoas, para achar metido e me arrepender depois. É isso estou sem a menor paciência.
Pode ser só uma fase, pode ser que passe e que lá na frente eu ache uma leseira falar isso, afirmar com tanta pretensão. Mas hoje, exatamente hoje, Sara está sem o menor saco para contatos mais íntimos. Quero ficar aqui, quieta, abastecida do amor que eu já tenho e troco com os verdadeiros.
Estou um  pouco cansada, tantas trajetórias. Os pés estão cansados. Acho que é isso.
Então que fique claro: Não banque o legal e descente, querendo me impressionar a qualquer custo. Não queira ser legal comigo, esperando em troca a minha amizade verdadeira ou o tal algo mais. Não me venha com nenhuma intenção, nem segunda, nem terceira, aliás nem venha. Não estou pra isso agora, ok?!
Acho que mereço esse respeito já que estou sendo sincera assim e honesta também.
Estou fechada, para reforma.
Att,
à direção.

Fico por aqui.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

O amor me visitou!




Aprendi a me amar, depois de uma auto estima destruída por anos. Na infância fui marcada por apelidos destrutivos. Já fui chamada de: "Baleia assassina"; "Bunda assassina"; " Yow Willie -A baleia assassina"; "Bujão"; "Pescoço de vinil" "Cabelo de pinxaím", "Cabelo de bombril", dentre muitos apelidos que destruíam a cada dia a minha imagem, para mim mesma. As pessoas que os inventaram, provavelmente não lembrará disso, mas eu... Nunca esqueci.
Desde cedo lutava (não sozinha) para um emagrecimento precoce. Lutava para manter a raiz do meu cabelo baixa. Lutava para ser aceita socialmente e ter ao menos um elogio. As meninas da minha idade eram sempre as mais bonitas, eram as mais desenvolvidas, divertidas e chamavam mais atenção. Eu andava sempre com o grupo dos excluídos, dos não aceitos, dos que sobravam e me sentia bem lá. Era acolhedor. Tínhamos as mesmas dores.
Já ouvi comentários do quanto eu era feia. Garotos nem se aproximavam, por eu ser feia e gorda. Nas brincadeiras eu nem sempre era escolhida.  Já sofri preconceito por ser pobre. E todos esses e muitos outros fatos, foram colaborando para que eu virasse uma mulher fragilizada, suscetível a opiniões alheias e cheia de inseguranças.
Escolhi parceiros errados. Os mais tortos e que contribuíam ainda mais para isso. Parceiros que nunca me elogiaram. Parceiros que me deixavam em segundo lugar. Os que demonstravam alguma admiração por mim, eu queria distância. Não, eu não merecia ter alguém que gostasse de mim. Não merecia alguém que me enxergasse. Não merecia ser valorizada pelo que eu era. Foi o que aprendi durante parte da minha vida.
A sociedade é má, é cruel com as crianças e com todos em geral. A sociedade exclui, massacra e você ao invés de ser elogiado por ser diferente, é oprimido.
Eu não emitia opinião em público. Não divulgava meus textos em redes sociais. Odiava tirar fotos. Fotos perto de garotas bonitas então, nem pensar. Quando me elogiavam, logo eu tratava de destruir aquele elogio com algum comentário negativo. O meu tom de voz era baixo em lugares com muita gente. Quando um carinha me olhava, eu sempre pensava: "Qual será o meu problema?". Tive problemas de transtornos alimentares. E tive problemas de saúde por isso. Não me achava merecedora de coisas boas. Não reconhecia meus potenciais e qualidades. Não reconhecia nada de bom que me acontecia. Eu era uma vítima da sociedade, dos meus pensamentos, dos meus sentimentos e principalmente de mim mesma. E sabe o que acontece quando somos vítimas? Amamos isso. É comodo. É inerte. Dói, mas passa. E assim vamos levando.
Em 2007 comecei o curso de Psicologia. Levei comigo na bagagem todas as minhas inseguranças e medos. Toda as minhas crenças de uma pessoa fracassada. Chorava ao receber uma nota baixa. Me escondia por trás de um visual desarrumado, sempre fiz isso. Escondia atrás de meu jeito extrovertido, toda timidez, vergonha e mágoa do meu passado. Tinha vergonha de quem eu era.
Os anos se passaram. Tive momentos em que consegui me reerguer. Aos poucos fui aprendendo que as pessoas não me elogiavam sem razão, eu tinha realmente aquelas qualidades.Aprendi a acreditar nas pessoas certas, aprendi a me entregar a elas e assim aprendi a acreditar em mim. Aos poucos eu fui aprendendo que quem se aproximava de mim, quem gostava de mim, fazia tudo isso por quem eu era. Aprendi a não ter vergonha de ser desprovida financeiramente. Aprendi a valorizar as pessoas pelo que elas representavam e me ensinavam. E assim, fui conquistando o respeito por mim mesma.
Recentemente (não tão recente), entrei em terapia por outros motivos que não a auto estima e percebi como tudo estava interligado. De maneira muito rápida reconstruí a minha auto estima. Determinei que a partir daquele dia ia escolher melhor os meus parceiros. Determinei que não seria mais vítima de mim mesma. Determinei que ia olhar para mim todos os dias e ia aprender a admirar cada partezinha do meu corpo (Afinal eu me amo, eu me aceito, eu mereço amar e mereço ser amada).
Hoje eu não tenho a mínima vergonha de quem eu sou. O que não quer dizer, que não esteja sempre em busca do meu melhor. Hoje eu me amo tanto que cada feito meu, eu exponho, eu divido, eu compartilho (aos que torcem por mim e vibram comigo). Hoje eu sei me elogiar e quando recebo elogios, me sinto grata e os coleciono. Hoje eu me sinto livre para ser o que eu quiser ser e até mesmo para errar. Me sinto livre para andar como eu quiser andar. Hoje me importo bem menos com a opinião dos outros, antes de tudo eu me questiono O QUE EU REALMENTE QUERO. Hoje presto mais atenção no que me deixa feliz e dedico meu tempo a isso. Hoje eu não me envergonho de postar uma foto sem maquiagem, descabelada ou com as dobrinhas da barriga aparecendo, há coisas mais importantes, sabe? Hoje estou contente com meu peso, apesar de ter sempre uma piada pronta para esse assunto (de verdade). Hoje não levo horas escolhendo uma roupa ou comprando várias para me sentir melhor. Hoje estou buscando a minha identidade. Hoje eu não admito nenhum tipo de brincadeira que venha diminuir quem eu sou. Hoje eu não permito que ninguém destrua o que eu de maneira árdua e paciente levei  para construir e estou construindo.
Meu corpo, minhas regras, minha história. E tudo que vá de encontro aos meus objetivos, tudo o que não me acrescenta mais, eu não faço a menor questão de manter comigo.
E a razão de escrever esse texto hoje, não é focar em tudo de ruim que aconteceu lá atrás. É repensar em quanto somos cruéis com nós mesmos e o quanto nos diminuímos constantemente para agradar aos outros. É repensar o quanto de amor merecemos e lutar por isso, seja esse amor interno ou externo. É repensar o quanto somos ingratos com as nossas qualidades. É repensar o tempo que dedicamos sempre ao pior e ao negativo, podendo construir coisas maravilhosas sendo mais otimistas. É repensar...
Fico por aqui.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

DesAPONTEI!



Eu precisava tomar uma decisão e a mais acertada delas, era não te ver mais. Não fiz isso por livre e espontânea vontade. A minha vontade era outra, era permanecer ali. Até que a minha ficha caiu que eu estava bancando a babaca sendo tão disponível assim. 
Eu precisava me afastar, não saber notícias suas. Precisava me desligar totalmente, precisava repetir para mim mil vezes, todos os dias, o quanto você não se importava comigo e o quanto eu estava louca se achava que esse dia fosse chegar. Precisava me lembrar todo santo dia, que quando você me dizia que era recíproco, você não sabia o que dizia. Você não sabia o que sentia. Você mal sabia o que significava a palavra: Reciprocidade. 
E precisava mandar você ir à merda, precisava rogar uma praga, precisava falar na sua cara o quanto você foi idiota em deixar uma mulher que era tão interessada em você, passar assim. Precisava te dizer que eu cansei de me ver buscando maneiras de marcar a sua vida. Precisava apagar todas as nossas conversas, todas as suas mensagens e seu número da agenda do meu celular. 
Eu precisava continuar. Precisava alimentar a esperança de que assim que eu me afastasse, você viria atrás de mim. Me diria coisas lindas. Me pediria para voltar. Me falaria o que sente e que sentiu a minha falta. Me falaria que, quando dizia que era recíproco, era a maneira mais tosca de mostrar seu amor por mim. Mas não foi assim.

Fico por aqui!

quinta-feira, 1 de maio de 2014

A proposta

Largou da minha mão de repente, olhou para mim e me perguntou se eu topava ter os dias mais felizes da minha vida. Achei pretensioso, não sou chegada ao romantismo e quis prontamente fazer disso uma piada:
- Por que? Logo após esses dias vai me raptar e me matar?
Olhou para mim assustado, abaixou as vistas, num tom desanimado falou:
- Você não se leva à sério, mas eu sim. E isso pode ser lamentável.
Envergonhada e ainda dividida entre achar fofo e dramático demais. Levantei o seu queixo, olhei em seus olhos e sugeri:
-Me pergunta isso de novo?!
Não havia mais clima, eu sabia. É que a sensação de ter alguém a sua disposição para lhe propor mais felicidade, nunca havia passado por mim antes. Achei tosco, exagerado, não ia mentir. Fiquei assustada com tamanha disposição, sou chata e exigente. De que forma ele me daria esses dias "mais felizes"? Quando eu pagaria por isso? Dá medo, sabe?!
A minha sugestão não foi aceita, engoli a culpa como uma cápsula de Itu sem água. Ficou entalada, doía, e a vergonha batucando em minha cabeça. Sai pra lá Olodum, tô sem clima.
Minutos em silêncio e eu não sabia de quem era o funeral. Não sabia o que passava do lado de lá. Me questionava se tinha perdido a oportunidade dos dias "mais felizes", se havia exagerado na minha frieza. Me tranquilizava ao pensar, que se ele estava disposto, não seria uma simples brincadeira a colocar tudo a perder. Mas eu não brinquei, eu joguei com as palavras, falei o que estava cheio o coração. Cheio de vazio e frieza.
Talvez não fosse um bom período, talvez quem não estava disposta era eu, talvez tenha me pegado de surpresa.
Segurou minha mão frouxamente, beijou minha testa. Senti como se fosse uma despedida e o coração acelerado dizia: "Olha o que você aprontou!". Olhou para mim e falou bem firme:
- Não sou moleque, sou homem. Um homem nunca desiste do que ele quer.
Sorriu apressado, como quem quisesse me aliviar a tensão. Sorri de volta, sem respostas. Respirei aliviada. Ufa! Prometi a mim mesma pensar numa melhor resposta da próxima vez, prometi não me punir tanto por querer aceitar a sua proposta, pois foi no instante que achei que havia perdido essa oportunidade de ser  "mais feliz" ao seu lado, que percebi o quanto o quero comigo.

Fico por aqui!