quarta-feira, 23 de abril de 2014

A imagem do adeus.



Você não imagina o que eu senti quando não atendia mais meus telefonemas. Quando não respondia mais minhas mensagens de texto. Quando não me dava mais bom dia. Quando não me perguntava como eu estava. Quando resolveu sumir de vez. Quando nem ao menos me avisou sobre essa decisão. Quando começou a sair com ela. Quando começaram a namorar. Quando eu fui ficando de canto até sumir das suas lembranças. Não imagina o que eu senti.
Você não imagina o quanto doeu, perceber que não seríamos nem mais amigos, amantes, amadores. Doeu demais encarar que eu não significava nada além de um simples passatempo. Doeu ter que aceitar que não era você. Doeu ter que desconstruir tudo aquilo que eu construí sozinha. Doeu ter que lavar a roupa suja, varrer os cômodos empoeirados, esvaziar as prateleiras preenchidas, rearrumar a bagunça. Mas eu não queria jamais, jogar a poeira para debaixo do tapete.
E eu não imagino como tudo aconteceu. Como tudo foi tão rápido. Não imagino o porque da desistência. Não consigo compreender a sua partida repentina, mas tão decidida.
Não imagino porque me poupar do aviso, me poupar do cuidado de uma explicação. Não deve haver explicação, é isso?
Não imagino quando tudo começou a mudar, não senti, não percebi. Não imagino outra pessoa em seu lugar e não imagino ela no meu.
Você não imagina o quanto estou inconformada, eu imaginava que seria poupada do seu adeus. 


Fico por aqui!!

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Desencontros do destino


Apenas dois dias antes do casamento se encantou por outro alguém. Havia mais dúvidas do que razões para aquilo que estava acontecendo, mas além de tudo isso havia tesão e desejo. 
Apenas dois dias antes do casamento, aquele casamento esperado, planejado, todo detalhado, rabiscado na agenda, debatido com as amigas, sonhado desde a infância. Apenas dois dias antes de entrar na igreja, ao lado do seu pai-herói, mirando seu príncipe a sua espera no altar. Apenas dois dias...
Na saída de casa para os últimos preparativos do casório. Visitar a loja do vestido, fazer o último ajuste. A preocupação com a medida do corpo, hidratação do cabelo e boa aparência da pele. Aquele frio na barriga que habitava o estômago há dois meses. Os passos apressados, caminhava sozinha, pensativa e apreensiva. Refletia: "Será que é ele o cara certo?", "Será que estou fazendo a escolha certa?", "Será que é cedo demais?", "E se eu enjoar no segundo dia de casamento?", "Se as manias dele me irritarem?". Distraída prosseguia. Entrou no shopping. Ufa, ar condicionado. Na mente o caminho mais rápido para chegar à loja. Na vitrine mais próxima o sapato dos sonhos, distraída, atraída, estabanada. Se esbarrou em um cara tão apressado quanto ela. Derrubou no chão toda sua pasta de documentos. Cena típica de filme de romance, mas ali começaria o terror. Abaixou-se apressadamente, precisava se desculpar de alguma maneira. Catou os papéis. As mãos tremiam enquanto caçava as últimas folhas, contando com a ajuda de alguém que ela nem se quer reparou que estava ali. 
Levantaram-se juntos. Ela entregou lhe a pasta, enfim completa. Ergueu os olhos e foi ali, exatamente ali que sentiu como se todas as perguntas que vinha se fazendo no caminho fossem respondidas. Sorriram. Ela se desculpou. Ele balançou a cabeça, sinalizando que não havia problema. Ela vomitou: "Qual seu nome?" - Se arrependeu, se repreendeu. Ele respondeu: "Me chamo Marcos e você?". Ainda arrependida, respondeu: "Luisa". Sorriram novamente. Silêncio momentâneo. Queria tanto continuar, saber sua vida, sua idade, seus sonhos e viajar junto. Seu corpo ardia de desejo, olhou suas medidas, desejou saber de tudo.
"Sou um pouco estabanada!"- Não sabia o que falar e se denunciou. 
"Isso pra mim é um charme!"- Era tudo o que ela queria ouvir. 
Sorriram os dois novamente. E aquele brilho no olhar dele, ela há tempos não via em mais ninguém. 
"Aceita tomar um café comigo?" - Se arrependeu novamente, não se controlava, não se reconhecia e não queria jamais sair do lado dele. 
"Agora não seria um bom momento, estou atrasado (consultou o relógio). Mas me dá seu número, te ligo e marcamos algo."
"Tudo bem!" - Desanimou-se, seria fácil demais pra ser verdade. Entregou lhe o seu cartão. Sabia que ele não ligaria. 
"Nos falamos então?!"- Sorriu lhe estendendo a mão.
"Certo! Até mais." - Retribuiu o gesto. Saiu dali com um nó na garganta. Quanta posse. Quando querer. Quanto desejo. Desejava sexo, o seu corpo quente. Desejava aquela voz rouca e aveludada lhe pedindo coisas ousadas na cama. Desejava aquele sorriso, após o ato. Por fração de segundos se esqueceu do evento especial. Trocaria a festa toda por aquele momento, pra ter aquele olhar de desejo em sua frente novamente. Seu corpo ainda quente, calor, nervoso, descontento, desejo. Seguiu em frente, suspirou de lamento. E pensou consigo mesma: "Aonde estou com a cabeça?" - E se respondeu sem dessa vez, se repreender: NELE! 
Continua?
Fico por aqui.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sobre o que eu não deveria falar...



Hoje acordei extremamente envergonhada. Ao dividir isso com vocês (seja lá quem você for), tentarei não me prolongar tanto, o que se torna praticamente impossível quando se trata de um assunto sério, extremamente importante e polêmico: "GREVE DA PM" - Em Salvador. 
Mesmo longe consegui através das redes sociais e de alguns amigos acompanhar metade do que está "supostamente" acontecendo na cidade. Recebi um áudio desesperador de uma criatura que por pouco não teria a oportunidade de gravá-lo, li relatos de colegas no face que foram assaltados, outros expostos ao medo, constrangimento e ficaram sem o direito comum a todos que é o direito de ir e vir. Até aí, são fatos. 

Agora vem a minha visão disso tudo, não a leve tão a sério. Como falei, estou acompanhando o caso de "longe" e admito, sem ao menos me envergonhar disso, que sou um ser humano totalmente apolítico. O que não quer dizer que eu seja alienada. Então vou dividir em 3 pontos a discussão para facilitar para todos nós. Ok? 
1- No primeiro ponto eu me deparo com a mania brasileira de fazer piada de situações sérias. E aí você pode incluir uma porção de coisas: Ignorância coletiva; "Pão e circo"; falta de comprometimento social; abstração de fatos relevantes e políticos, para não levar à discordâncias e discussões (o que ao meu ver é totalmente enriquecedor); "Vamos rir pra socializar" ou simplesmente o costume de no Brasil tudo terminar em Pizza. Confesso que fiquei assustada. Não levei em consideração nenhum fato político, não me posicionei a favor de nenhum dos lados (governo/PM), não tomei a causa para mim. Mas me assustei pelo simples fato de ver um assunto tão sério, que é a violência urbana (comum à todos nós) estar mais aflorada nesse momento de caos e isso não ter a mínima importância pra muitos. Enfim, o que posso concluir de tudo isso, é que somos responsáveis por tudo isso de alguma maneira, mas a forma de afastar essa responsabilidade, é tornar tudo mais engraçado e leve. Me desculpem, mas não é nem uma coisa, nem outra. 

2- O segundo ponto que venho colocar é o fato de algumas pessoas, que antes estavam cagando e andando por questões "políticas" envolvendo a Copa, estarem agora refletindo sobre o quão grave é um país de terceiro mundo, dirigido por corruptos e ocupado por grande parte de acomodados/alienados, sediar a Copa. Bom, o fato não é o país sedia a Copa. O fato vai muito além de tudo isso e daria um outro post só para discutir essas questões. Aí me veio a lembrança do Gigante que acordou há um tempo atrás, e... dormiu eternamente em berço esplendido de novo. Mas sabem por quê? Porquê não era política o que estava sendo feito por muitos ali, era apenas modismo em massa, para parecer descolado e antenado nas redes sociais. Por outro lado, não acho que quem NUNCA comenta sobre essas questões políticas publicamente nas redes sociais seja um alienado. Bem como, quem comenta e posta SEMPRE sobre isso seja um ser político e atuante. Vejamos bem. 
3- A greve em si. Esse terceiro ponto renderia um livro, se tratando da minha visão sobre o assunto. Quero deixar claro que eu concordo sim, concordo com qualquer tipo de greve e manifestação. Para obter "direitos", temos que saber os nossos deveres e um deles é ser atuante em defesa do que se acha necessário, ainda que tenhamos consequências. Ponto. A sociedade sofre com isso? SOFRE. A sociedade paga por isso? PAGA E CARO. Mas vamos pensar como adultos maduros e inteligentes?! Se fossemos mais atuantes diante das mínimas insatisfações geradas, as coisas ocorreriam de outro modo. Não seria necessário chegar ao extremo. 
Bom, falei que esse terceiro ponto seria mais extenso. Vamos lá, não quero deixar coisas a serem ditas, ler quem tiver disposição. 
Na época do "O gigante acordou" - coisa linda de se ver, mas acabou e dormiu de novo- a PM estava lá. Lembram? Ah, mas é claro que lembram, quem foi as ruas até mais do que quem foi contaminado pela mídia. Ok?
Lembram da atuação da PM em meio ao caos, gerado por eles mesmos? Ok! 
Lembram da atuação violenta e sem justificativas que ocorreram, pelo simples fato de brasileiros, tentarem ainda que por modismo, lutar pelos seus direitos e serem atuantes e brasileiros? Ok! 
Agora vamos pra outra parte: Trabalhadores lutando pelos seus direitos. Polícias, assim como nós, são vítimas desse sistema opressor que empurra a poeira pra debaixo do tapete (Ai minha rinite). Para sermos racionais, temos que encarar essa situação como: "Trabalhadores lutando pelos seus direitos e ponto". Assim como professores, motoristas rodoviários, agentes de limpeza que estão expostos a violência de seus trabalhos todos os dias, contribuem significativamente para o desenvolvimento e funcionamento do país, mas não são respeitados e remunerados devidamente pelo que fazem. Sei que quando se trata de polícia é diferente, pois eles impõe um poder (falho ou não) de inibir a ação de meliantes e estou ciente das consequências que a falta da presença deles nas ruas pode gerar. Mas se pararmos para pensar gente, a culpa não é dos PMs, a culpa...Espera, culpa é pesado demais e soa meio "fim de relacionamento"... A responsabilidade, pronto, ficou melhor. A responsabilidade é nossa, que somos egoístas demais para nos prender a fatos irrelevantes em um momento tão sério. A responsabilidade é nossa quando ao invés de discutirmos de forma saudável sobre o assunto, estamos alimentando as redes sociais com piadinhas, estamos confrontando os "amigos" virtuais porque expuseram sua opinião sobre o caso. E a responsabilidade maior é nossa quando não votamos certo, quando não nos mobilizamos em massa para mudar o destino desse buraco negro (sem etnia envolvida) que é o país que moramos. 
Claro que esse assunto renderia muito mais, discutiria sobre isso melhor, e explanaria cada ponto aqui colocado, mas temos preguiça de ler, sabe?! Ainda mais quando não é uma piada ou um caso de amor mal resolvido. 
Agora entendem o tamanho da minha vergonha? Se não entendem, eu compreendo vocês. Até porque tem questões que mechem mais com uns do que com outros.
Para finalizar peço a Deus que protejam os inocentes, que essa situação se resolva da melhor maneira possível e peço também (coitado de Deus), que sejamos mais responsáveis e cuidadosos com nossas colocações. Sei que para muitos a situação é assustadora, para mim também é, mas tudo ultimamente nesse país tem me assutado galera. É lamentável, mas tinha que dividir isso com alguém. 
Ainda envergonhada e assustada, fico por aqui.  

domingo, 6 de abril de 2014

Estuprados todo tempo pela hipocrisia social!




Fiquei uns dias sem internet e quando retornei, fiquei um pouco chocada com algumas polêmicas que estavam rolando por esse mundo virtual (cheio de virtudes e nocividades). O que me deixou mais incomodada nisso tudo, foi que essas polêmicas envolviam mulheres e sua "SEXUALIDADE". 
Bom, a primeira polêmica que me deparei foi de uma garota aí, justificando ter postado uma foto onde ela não percebeu, mas aparecia uma pica de plástico que ela usava para se masturbar. Ok? Não! A sociedade não admite que as mulheres tenham nenhum tipo de independência, quanto mais sexual, certo?! Ok! Sigamos. 
A segunda polêmica que me deparei foi a da garota lá que não admite dar a xereca dela para um cara pobre. Ok? Não! Um absurdo a mulher fazer escolhas nessa sociedade, ainda mais escolhas sexuais, que envolvam seu corpo (E aí entraríamos em outras muitas questões, mas quero ser breve! #Sempacy). 
Ai fiquei aqui pensando, que porra de mundo é esse que a gente tem que se encaixar em um padrão e agradar a todo mundo? Que porra de mundo escroto é esse que uma mulher não pode ter uma pica plástica para sentir prazer quando der na teia, mas é aceitável os guris demorarem mais tempo no banho, porque estão se "descobrindo"? Em que diabo de mundo estamos que uma mulher não pode escolher a quem dá a bendita buceta, que é recriminada, mas um homem que diz por aí que é "Patrão" é respeitado e aplaudido? Que porra de mundo filho de uma puta (que me perdoem as PUTAS) é esse que toda hora eu vejo, leio e ouço alguém dizendo que temos que nos dar valor para sermos valorizadas? Agora venha cá. Me defina o que é valor nesse caralho... 
Quer dizer que não sou uma mulher de valor se dou a buceta a quem eu quero? Quer dizer que não sou mulher de valor se gosto de usar roupas curtas, confortáveis que mostram as minhas lindas curvas? Quer dizer que não sou mulher de valor porque fumo, bebo, fodo, sinto prazer, xingo e entendo de futebol?
Foda-se essa sociedade hipócrita que julga para colocar no outro o peso de existir, o tempo inteiro. FODA-SE. 
Me entristece ver mulheres compartilhando fotos com cartazes: "#EUNÃOMEREÇOSERESTUPRADA. Para mim isso é uma coisa óbvia, que não precisaria de alarde, até porque além de não haver justificativas, NINGUÉM merece ser ESTUPRADO. 
As mulheres não querem ser iguais aos homens. Ainda que tentássemos, somos seres diferentes em essência e genética. SÓ QUEREMOS ALGO QUE DEVERIA SER HABITUAL: RESPEITO NESSE CARALHO!
Apenas desabafando, fico por aqui!