terça-feira, 18 de março de 2014

Processos de dores e ganhos...


Estou passando por dias incrivelmente difíceis, mas estranhamente FELIZES. Acredito que se fosse em outro tempo, tempos em que não haviam amadurecimento, compreensão, entendimento e um novo olhar, tudo isso seria encarado como um grande fardo. E eu com certeza fraquejaria.
Estou passando por um turbilhão de sensações e processos, mudanças radicais. Um momento que tem exigido de mim uma postura mais adulta, decisões mais acertadas, mais objetividade e frieza. E confesso que tenho medo de adotar posturas tão rígidas e não conseguir mais sair de lá.
Eu tenho encarado esses momentos difíceis como um presente, como amor, como cuidado e fortalecimento. E estou aproveitando essa fragilidade, para agradecer a Deus todos os dias, por tudo isso estar acontecendo em minha vida, pois com tudo isso eu só tenho ganhado.
Tenho ganhado mais fé, para correr atrás dos meus objetivos. Tenho ganhado mais coragem, pra desafiar essa vida louca. Tenho ganhado o reconhecimento e gratidão por ter pessoas verdadeiras ao meu lado, lutando comigo e me dando apoio. Tenho ganhado maturidade, para enxergar como a vida é linda apesar das adversidades. Tenho ganhado experiências, para saber retribuir mais na frente, tudo o que a vida e o universo tem me dado. Tenho ganhado motivação, para enxergar que apesar das dificuldades, a importância e dimensão que as coisas tomam, só depende de nós mesmos.
Enfim eu estou cada vez mais, me sentindo mais rica. Passei a enxergar a vida de outra maneira. A valorizar outras coisas. Passei a me policiar mais em agradecer ao invés de reclamar. Passei a exercitar a minha visão, para enxergar sempre uma coisa boa e um ganho em algo ruim que vem acontecendo.
E se hoje eu tenho pouco ou quase nada, é para amanhã eu aprender a valorizar o muito que vou ganhar, materialmente falando. Porque de resto, o que não é bem "resto", aliás é muito, eu  já venho ganhando e aprendendo. Estou me sentindo cada vez mais rica, e se parte da minha missão de vida é evoluir e valorizar outras coisas que não as materiais. Estou aprendendo e muito.
Ainda em aprendizado, fico por aqui!

domingo, 9 de março de 2014

Pesadas escolhas...


E ela já sabia que não dava mais, que já havia terminado há tempos. Já não havia mais apreço, mais apego, mais afeto. Não havia mais amor. Olhava pra ele e não sentia mais nada. Absolutamente nada. Mas não se imaginava só, precisava de muletas, não sabia caminhar sozinha, não tinha coragem pra engatinhar e sofria. 
O olhar enjoado lhe acompanhava por meses e ela engolia a seco as palavras. Todo dia se prometia: "Hoje termino essa agonia!". Mas logo adiava, sentia pena. Quem sente pena, estima alguém? Quem sente pena, sente admiração? Difícil. 
Já não dormia o sono dos justos e todos os dias se prometia, só por hoje, mais uma dose dessa agonia. E pensava sufocada: "Não posso jogar todos esses anos fora, ele irá sofrer!" - Se não sofre ele, sofre você?
Esse conflito a matava a cada dia, já não se possuía, não mais se conhecia, seus gostos e sonhos emprestou todos a ele e nunca mais pegou os de volta. 
Até que em um  belo dia, pela distância e frieza que neles cabiam. Ele sentou e perguntou se havia algo de errado. Era o momento certo, estava ganhando em suas mãos a chave da liberdade. Se ele perguntou, é porque quer ouvir. Talvez ele já soubesse a resposta, era só confirmar docemente que não dava mais. Mas qual fim é doce? 
E no balançar de cabeça, olhos baixos e um peso de mais de 300kg nas costas, balançou a cabeça em sinal negativo. Sorriu forçado, olhou caído, suspirou fundo e disse: "Você é tudo o que eu preciso, deixa disso!" 
E ali, naquele momento, perdeu a chance da liberdade e de se reencontrar depois de tanto tempo. Um filme passou em sua cabeça, nunca havia se sentido tão covarde. Não havia mais amor, nem pra ele e nem pra ela. Era costume. Costume de ser vítima, de ser vilã, costume de sofrer, de alimentar dramas e feridas. É que a coceira do cascão é sempre melhor que o arranhão. Não haviam benefícios, só sacrifícios. Mas um dia ensinaram a ela que ser sozinha era pior do que mal acompanhada. Boa aluna, aprendeu e reproduziu, como se viver aquilo bastasse pra ela e pra sempre. 
Tem gente que é assim. Prefere a emoção de histórias conhecidas, batidas, repetidas. Arriscar é arriscado demais.
Fico por aqui.