terça-feira, 13 de novembro de 2012

Traída pela lucidez!



Não, hoje eu não vou dormir angustiada. 

Há dias que essa história se repete, e eu aceito. Há dias que tudo vem conspirando e eu aceitando. Agora vivo sonhando com violência, é tiro pra tudo quanto é lado. Enquanto for sonho tá bom, tá ótimo, só não me  roubem a vida. Vida?
E virou moda, a onda agora é o Tsunami da Violência. Acompanhamos nos telejornais a rivalidade entre duas instâncias que por si só se destroem. Policia corrompida, já não se sabe mais o preço que se paga pela segurança. Drogas, tida como o principal motivo. E quem o tempo inteiro nos bombardeia é a mídia, sempre tendenciosa, sempre vestida de sangue, faz jorrar aqui na sala. Não suporto mais, e me pergunto: Até quando? Será que tem jeito?
Me questiono o tempo inteiro se não acontece ao nosso redor nenhuma coisa boa em nenhum instante, deve haver, claro que há. Mas não vende, não é a melhor mercadoria a transitar na mídia. Produto bom é o sangue mesmo. De preferencia do Preto da Periferia. Feria! 


E esse aperto no meu peito que só grita: "FAZ ALGUMA COISA SARA!"- Mas sozinha não dá. Por onde começar?  
E minha cabeça que não pára, e uma voz que se repete: "ISSO NÃO TEM MAIS JEITO, TÁ FORA DE CONTROLE." 
E mais uma vez, volta a angústia arrependida por não me acalentar. 

Olho em volta e vejo pessoas intolerantes, pomposas e reclusas no seu próprio mundinho mesquinho, entre Ipods e Ipads, viva a mãe tecnologia que nos engole de volta ao seu útero  E já não se pede mais nada, já não se doa mais coisa alguma. O que nos tornamos ninguém nunca vai conseguir nos explicar.

Crianças criadas sem limites, adultos apodrecidos amanhã serão. As redes sociais nos fazendo acreditar na proximidade, na facilidade - Pura mentira. A mídia nos sufoca com informações, rasas, vazias, sem fundamento (Com qual intenção?). Já se mata sem motivos e para amar é preciso mil razões. Se excluem por tão pouco. Se expõem por muito menos. E o que nos diferencia dos animais irracionais são somente as 4 patas. Pais esquecem filhos. Netos roubam avós. Engravidar aos 12 anos é normal. O importante é noticiar por minuto o que se faz e esconder de todo mundo o que se é. Ficamos presos a uma caixa, uma tela, onde o mais importante é falar sobre algo e fazer nada sobre isso. 
As configurações mudaram e muita coisa se perdeu. E o que mais eu vou ter que perder pra entender que não é assim que eu quero viver? Perder a  vida? 
O peito aperta e é hora de tomar decisões e em momento algum me excluo de tudo isso, tô aí, tô mergulhada, imersa, mas não é bem isso que eu quero.

Quero desligar a TV e não ser influenciável. Quero tirar minhas próprias conclusões. Quero pensar por mim mesma. Quero escolher o que comer, sem pensar se vou engordar. Quero ajudar ao próximo, sem pensar em quando ele vai me retribuir. Quero amar as pessoas, sem esperar elas falharem. Quero acreditar que ainda existem pessoas bondosas, sem achar que a eleição tá chegando ou que terei que pagar por isso. Quero viver ao lado de quem eu amo, sem precisar cutucar ela pra ela lembrar que eu existo. E enquanto for possível realizar esses pequenos atos que daqui pra frente serão esquecidos, eu só quero escolher por eles. 

Perdoar, ler um bom livro, rir de um bom filme, ver o pôr do sol, tomar banho de mar, sentir o vento no rosto, perder tempo jogando conversa fora, andar sem pressa, cantar no chuveiro, tomar banho de chuva, deixar o cabelo bagunçado, olhar nos olhos, sorrir sem culpa, recomeçar, molhar o pé no mar, comer pipoca, agradecer, ter fé, orar, abraçar, sentir, cogitar, preguiçar... Quero tudo de volta, quero agora, quero já. 
Posso estar delirando, posso tá sonhando, vivendo uma ligeira utopia, mas por favor: NÃO ME ACORDEM! Não quero e nem preciso. 
Ainda namorando a angústia e cheia de incertezas,  fico por aqui!



Nenhum comentário:

Postar um comentário