domingo, 12 de agosto de 2012

Pais em paz!

Hoje é dia dos pais!
Sabiam que eu nem lembrava disso? Como falei, e repeti e já enchi o saco afirmando aqui: "Eu acho mesmo um saco, esses tais dias de não sei mais o quê!" Acho, acho mesmo e assumo, assumo mesmo. (Mas sempre falo deles aqui - Grita a contradição).

Se as redes sociais, amigos próximos e o meu próprio pai não me lembrasse, apenas seria um Domingo ensolarado, como todos os outros, em que eu acordaria mais tarde, curtiria a maresia em minha casa e terminaria o dia assistindo Fantástico (que de Fantástico só tem o nome) ou Pânico na Band (Que de Pânico só tem as bundas siliconadas das Panicats).

Mas é isso né?! Algumas exigências sociais existem frente a esses tais dias, e você... obrigado ou não, tem que desejar FELIZ DIA DOS PAIS. 
Bom, devem haver por aí: Pais babões, que por vezes se anularam pelos seus filhos, pais que batalharam pelo futuro das crias, pais carinhosos, pais que são mães, pais protetores, pais conselheiros, pais heróis, aqueles que partiram cedo e que participaram de tudo. (Acho lindo!)
Não tenho boa lembrança do que seja um bom pai, um pai presente. A minha relação com o meu, sempre foi conflituosa, sem respeito, pouco carinho, e quando a gente cresce a gente aprende que não se pode levar para o resto da vida essa mágoa, pois ela mancha nossa história, além de nos fazer mal.
"Ame ele, acima de tudo ele é seu PAI!" - Minha mãe me dizia. Não sei bem por qual razão, mas eu nunca entendia, não queria aceitar, não queria aprender a amar um pai daquela maneira, meu pai era ela, oras!
Então, busquei toda minha vida trabalhar isso, tentei não me sentir culpada, tentei pensar que talvez não é que EU não o merecia e sim o contrário, tentei aliviar em mim a culpa toda dessa história. E consegui. Já não sinto mais mágoa, dor, já não sinto NADA. O que acho até que pior.
Hoje há tentativas de recuperar essa relação, mas já não há mais tanta eficácia, não nos conhecemos mais, não faz mais sentido as preocupações, os conselhos, as regras, os ensinamentos. Há medo de novos desapontamentos, novos abandonos. Não dá mais, não agora que os danos já foram causados e calculados.
A insegurança já foi implantada, tenho dificuldade em confiar em figuras masculinas, elas sempre me representam abandono, e lá se vai meu curso (psicologia) me confortando por justificar a minha mania um tanto neurótica de não confiar em ninguém.
Hoje trato esse assunto de forma leve, bem resolvida, mas até anos atrás eu sentia muita falta, falta que acho que nunca vai ser reparada. Meu pai não morreu, ele esteve ali o tempo todo, mas nunca como um pai, ou o pai que eu gostaria. (Demandas mil para terapia)
Mas você, que tem um pai presente, que sente nele segurança, proteção, abrigo, nunca desista dele. Amor de mãe me parecesse instintivo, o de pai é construído, tá aí porque valorizá-lo ao máximo.
E  nos meus sonhos sempre vai estar o pai que eu gostaria de ter tido, mas por algum motivo inquestionável e de aprendizado eu não tive.
Fico por aqui!

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