"Pá dizer que..."

Lembro-me com muito saudosismo que quando eu era bem pequena, metida a menina inocente, costumava usar muito esse termo: "PÁ DIZER QUE...". Geralmente era quando eu estava brincando de criar a realidade, e o "pá dizer que..." era o mesmo que "faz de conta que..." e uma forma estranha do "pra dizer que..." - Eu adorava adaptar as coisas desde esses tempos, tá vendo aí?

Sim todo esse rodeio "pá dizer que..." eu tenho sentido falta daquele tempo, muita falta eu diria, queria ter parado lá, sabe? Lógico que sabe, pode não admitir, mas você sabe sim. 

Na minha fase do "pá dizer que...", eu podia ser tudo, ter tudo, querer tudo, e era tão simples, era só dizer essa frase e pronto, parecia mágica - Vai ver até era. 

"Pá dizer que eu era grande!" - Se eu soubesse como seria nunca teria "padizido" isso. 

"Pá dizer que eu sou a professora!", "Pá dizer que meu cabelo é bem grande e eu sou bem rica!", "Pá dizer que agora eu vou viajar e sou volto semana que vem!", "Pá dizer que eu comprei um cachorro!" - E era assim, no "padizer" eu viajava num mundo desconhecido pros outros e totalmente conhecido pra/por mim. 

Hoje eu queria brincar de novo, queria sair por aí "padizendo" tudo, mas sabe o que me impede? 

O MEDO - O nosso tal temido Bicho Papão!

Porque quando a gente cresce, lamentavelmente nos cortam as asas e nos dizem que não vale a pena voar,que quando voamos alto demais podemos cair, dizem  que o merecimento vem com os pés no chão, nos chamam de aluados, alienados, não somos normais quando voamos. E ai pronto, ficamos no chão, rastejamos, vegetamos e nossas asas nos procuram saudosas e angustiadas - assim como nós a elas também. Mas pra onde elas vão? 

Caros amigos, também não sei a resposta. "Pá dizer que..." eu vou encontrar com elas algum dia desses, é só não desistir de procurar e assim que eu encontrar, vou brincar de "Pá dizer que..." até umas horas e com certeza eu volto aqui e conto a vocês. 

Mas é segredo, "Pá dizer que..." nunca tivemos esse papo aqui, tanquilo?

Fico por aqui!!

É hora da faxina...

Tem gente que determina um momento certo de fazer faxina, tem gente que estipula o dia, mês e até mesmo hora... Mas eu, eu sinceramente acho que a faxina deve acontecer quando não se pode mais transitar sobre a sujeira, quando o olhar incomoda, quando a poeira pesa, quando as coisas estão fora do seu devido lugar.

Faxinar não é algo lá muito fácil, depende de disposição e querer, arregaçar as mangas porque o trabalho é um pouco pesado, mas totalmente recompensador.

Ultimamente resolvi fazer uma faxina, ao contrário das que faço aqui em casa, essa durou alguns dias e duraria muito mais tempo se preciso fosse, afinal depende dos entulhos que a gente guarda, depende do que iremos fazer com todos eles, pois é totalmente necessário que se jogue tudo fora, que deixe tudo brilhando, que se faça sentir um novo ambiente. 

Cada pessoa encontrará seu método de faxinar, algumas simplesmente chamarão alguém pra ajudar, mas eu preferi fazer isso sozinha, afinal eu sabia onde queria que as coisas ficassem, mas prestei bem atenção, pois não queria que somente as coisas voltassem pro seu lugar de origem, queria mais, queria que elas mudassem de forma, coubessem em outro espaço, queria mudar a aparência e arduamente consegui.

Preste atenção que quando realizamos uma faxina, nos dá de imediato um grande alívio. Repare também que fica mais fácil de transitarmos, de respirarmos, a gente se orgulha até em convidar pessoas para uma visita, pois está tudo limpo e muito bem arrumado, a gente preza para que as coisas continuem como estão, sempre com os cantos limpos, sempre com o ar leve. 

Mas como toda faxina, algum dia vai voltar alguma poeirinha, algum papel amassado e jogado pelo chão, alguns espaços ocupados com o que não tem valor. E lá vamos nós novamente arregaçar as mangas, nos vestir de disposição para limpar tudo e jogar tudo fora. 

Pra quê guardar o que já não nos cabe mais? Por que aceitar coisas que não nos agradam? 

O ar puro e leve é muito mais agradável aos pulmões e tudo fica mais intenso quando se pode respirar à vontade. 

Então é isso, se tá sentindo que as coisas estão desarrumadas, desajeitadas, empoeiradas, que tal faxinar? 

Que tal jogar os entulhos fora? Que tal limpar absolutamente tudo sem sentir saudade do que eliminou? 

Vamos nessa, deixar a casa limpa para novas visitas, e se algum dia esse espaço não nos comportar mais, que tal mudar de casa?

Com a casa limpa, fico por aqui!

Ca-rên-cia!!

O que eu vou falar aqui hoje não se restringe a gênero, claro que não, óbvio que não.

Todo mundo já passou por um momento de carência ou de carência extrema, até porque estar CARENTE é uma coisa, e está TOTALMENTE CARENTE é outra.

Mas vamos com calma, nada de colocar a mão no peito antes de beijar a moça, não é verdade?

Bom, a palavra CARÊNCIA, significa basicamente: Falta, necessidade, privação.

O significado é totalmente auto-explicativo, acredito eu. E sim, nós solteiros, por mais que tenhamos uma rotatividade grande na catraquinha do nosso coração, temos aquele momento de terra rachada, ou seja, não chove em nossa horta, se é que me entendem.

Pois bem, aí a gente tenta se convencer e repete mentalmente, respirando profundamente: "Calma, é só uma fase, vai passar, logo logo aparece uma carne nova!",  ou então, " Antes só do que mal acompanhado, vou aproveitar esse tempo pra mim, estou precisando mesmo me conhecer melhor!" 

Até quando se enganar hein?

É lógico que bate aquele desespero básico, afinal a gente começa a ficar CARENTE, entenderam onde o desespero nasce? 

Isso mesmo a desgraça (com o perdão da palavra), mas a desgraceira toda começa aí, justamente aí, quando a carência te abraça e pra te soltar dá um trabaaaaalho!

Pois bem, mas geralmente a gente não percebe que tá carente, e quando percebe a gente não quer aceitar, afinal, quem quer ser carente hein?  #CHEGACHORO

Ai você já começa a se bulir todo, parece mais uma alergia, isso mesmo, alergia que começa a afetar seus sentidos. Logo você passar a ver um sorriso bonito naquele carinha que antes você achava podhengo, começa a achar que ele tá até mais fortinho e pensa lá no íntimo: "Até que se eu tivesse bêbada(o) eu pegaria!" - Ora gente, colocar a culpa na bebida é uma arte comum à muitos.

Ah, sem falar naqueles contatos chatos e batidos, sem muito assunto que você tem no facebook. É pra eles que você recorre puxando aquele velho papo, ainda sem muita intimidade, rindo de qualquer baboseira que a pessoa fala, mas o objetivo: Sair da zona da carência. 

Sem falar naquela pessoa que tá sempre te enrolando, diz que vai marcar algo com você, te fala coisas legais que demonstram algum tipo de interesse, mas claro, que pra ela não passa de um léro, já pra você... bom... pra você é mais uma opção quando a maré está seca. 

Tá, podem achar que é exagero da minha parte, só pra deixar as coisas mais cômicas, já que estar carente é trágico demais. Mas não gente, não é exagero, não é!

Pra quê pior do que passar a sexta à noite em casa, de boréstia, sem nada pra fazer? Pois é, e aí você olha o celular e nada. Fica on line no chat do facebook e nada. Até o msn você ativa e? NADA!

Sim, e nesse meio tempo a carência fica sussurrando no seu ouvido palavras ofensivas, do tipo: " hum, que fracasso hein?!" 

Bom, como eu tinha falado lá em cima, existe uma diferença entre estar carente e estar extremamente carente. Vejamos:

Estar carente: Você ainda está plantado, equilibrado, pondera os convites pra sair, avalia bem as iniciativas do sexo oposto, analisa bastante a postura do outro, pensa duas vezes antes de aceitar o convite, fala com o sexo oposto quando bem quer sem pretensões, assiste comédia romântica e não chora. Afinal você está carente, ainda... e logo, você está um tanto otimista. 

Estar extremamente carente: Você está desnorteado, desequilibrado, topando convites até pra assistir tiroteio na esquina, chamou tá indo, já pensa que aquele olhar do seu melhor amigo denuncia que ele quer te comer, se o sexo oposto for ruim no português não é lá um dos grandes problemas da sua vida, afinal você está EXTREMAMENTE CARENTE!

A única certeza que tenho nessa situação, é que é triste, muito triste.

Por isso minha gente, muito cuidado nessas hora, pois é nessas hora que a gente comete os maiores erros, e saí com as piores escolhas, se deixa levar pelo olhar da carência e quando ver tá envolvido com aquele vizinho banguela, que fala cuspindo.

Vigiai irmãos, pois se a coisa tá ruim agora... não vai demorar pra piorar! Ahaaaai!

Fico por aqui só na sofrência. 

Se deixe ser guiado pela sua intuição...

E eu que sou besta e com tudo, me apeguei por conveniência a minha frase do horóscopo de hoje:
"Se deixe ser guiado pela sua intuição..." 

E o meu coração estava apertado, ou melhor, ele estava entalado. E o meu coração tava querendo voz, espaço, asas, tava querendo confirmações, apoio, zelo e eu? Eu só ignorando ELE, afinal vinha me metendo em cada enrascada ultimamente, me fazendo embolar em várias confusões, me empurrando das sacadas, mas também me fazendo sorrir, mas admito: TINHA MEDO DELE!

Mas ultimamente ele vem gritando, grita tão alto que mal me deixa dormir. E lá vai Sara virando pra cá, virando pra lá e se debatendo na cama pra tentar dormir e logo penso:

"ATÉ QUANDO VAI FICAR GRITANDO NO MEU OUVIDO CORAÇÃO?" 

E logo sugiro sem pestanejar: 

"BRIGUE COM ESSE VACILÃO SR. CÉREBRO, POR AMOR A MIM!" 

Mas nada surtiu efeito, ninguém me ouviu e quando você não pode contra um inimigo, simplesmente junte-se a ele! :)

E lá vamos nós, e eu pensando em ceder e querendo mesmo isso, e algo me dizia pra ter cautela, pra não me jogar e eu fui levando, só que vejo que não dá mais: VOU ME JOGAR, QUERO NEM SABER DAS CONSEQUÊNCIAS!!

E me jogando vou seguir o conselho do meu horóscopo: DEIXAR SER GUIADA PELA MINHA INTUIÇÃO.

Tenho uma política comigo, faço tudo aquilo que me deixa feliz e em paz e meu coração tem me dito isso, pra confiar nele, seguir minha intuição que tudo vai ficar bem! 

E eu que sou teimosa e com tudo, vou arriscar pra ver no que é que dá! ;)

Fico por aqui!