Há quem diga que há feridas que nem o tempo consegue apagar. Eu concordo inteiramente. Realmente há machucados, arranhões, estragos multicausais que deixam marcas. Profundas, superficiais, grandes, pequenas, fortes, fracas, mas por todo o tempo elas estão lá. Elas ficam.
Mas se pararmos para pensar mesmo elas estando lá, com o tempo, com o passar do tempo não as olhamos mais como antes. Aquela cicatriz perde a importância, passa a ser só lembrança que é evocada somente quando questionada. Se pararmos para pensar elas já não ocupam mais o mesmo lugar, não chamam mais tanta atenção e nós passamos a conviver com elas as aceitando, pois sabemos que elas continuarão lá, não sumirão mais.
E é assim, a vida toda, continuam ali caladas, ocultas, mesmo que aparente muitas vezes.
E é assim com todas as pessoas que nos feriu, que nos machucou. E é isso que acontece com o que elas nos deixaram.
E é assim, sem precisar artifícios para fazê-las sumir com o passar do tempo. Talvez no início incomode a ponto de tentarmos escondê-las, com um lenço, um bandaid, uma maquiagem, uma tatuagem. Mas como e quando ela aconteceu ainda fica, fica na lembrança e se não fica, volta. Volta quando alguém nos pergunta: " Como foi isso?"
Volta quando olhamos para elas, mas não necessariamente precisam ficar presentes o tempo inteiro.
Fico por aqui!
Nenhum comentário:
Postar um comentário